Exclusão social durante dez anos é crítica em Sergipe
Foto: Arquivo JC
O índice de exclusão social em Sergipe, durante 10 anos – de
Estes percentuais fazem parte de uma pesquisa do professor da Universidade Federal do Ceará e Estadual do Maranhão, José de Jesus Souza Lemos, publicadas num livro de sua autoria intitulado Mapa da Exclusão Social no Brasil: Radiografia de um país assimetricamente pobre”, lançado recentemente pelo Banco do Nordeste do Brasil. Esta semana, o superintendente do BNB em Sergipe, Saumíneo Nascimento, mostrou os percentuais a respeito do Estado e chegou à conclusão que, entre o início dos anos 90 e
Os dados coletados pelo pesquisador têm como referência o Censo de 2000, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra curiosidades alarmantes. Dos 75 municípios sergipanos, os três com os maiores índices de excluídos, pela ordem, são os seguintes: Santa Luzia do Itanhy, com 65,92% dos 13.948 habitantes na faixa de excluídos; Riachão do Dantas, dos 19.202 habitantes, 61,98% são excluídos; e Tomar do Geru, onde 60,31% dos 12.840 habitantes são excluídos. Mas, há também os três menores índices de exclusão: Aracaju, onde 12,10% dos 461.534 habitantes; Nossa Senhora do Socorro, que 26,17% dos 131.671 habitantes estão na faixa de excluídos; e Própria, onde 29,44% dos 27.385 habitantes são considerados excluídos sociais.
Colocação
A pesquisa de José Lemos tomou como base os índices de privação, que são os seguintes: privação de água, saneamento, lixo, educação e renda que, juntos, constituem o índice de exclusão social. Com relação especificamente a estes índices, Sergipe, em sua maioria, fica sempre na segunda colocação, o que não deixa de ser um dado grave porque é o menor Estado do país e, também, revelando o desleixo dos órgãos públicos diante de situações elementares. No índice de privação de água, por exemplo, 24,43% da população sergipana padece deste mal, perdendo apenas para o Rio Grande do Norte (21,76%). No Nordeste, este índice é de 23,80%.
A região Nordeste é que mais sofre com a privação de saneamento básico. Enquanto,
A privação de renda no Nordeste é extremamente alta, atingindo 63,36% da população, enquanto Sergipe tem 58,88%. É o segundo menor da região, perdendo para o Rio Grande do Norte, com 57,87%. A renda média mensal, em dólar, das famílias em seus domicílios no Brasil é de US$ 4090,93; no Nordeste, US$ 244,04; e
Nas capitais
Entre as capitais nordestinas, Aracaju tem 12,10% da população excluída, que representam 55.828 habitantes. À frente, está Salvador, com 10,75%. Mas, a situação de Teresina é a mais grave, com 22,82% de excluídos. Fortaleza tem 17,99%; Recife, 15,24% e Maceió com 22,04%, que representam 178.726 excluídos. Em Aracaju, apesar das constantes reclamações por falta de água, 4,26%, segundo a pesquisa, é privada deste benefício. Em Maceió, este problema atinge 18,29% da população;
Em São Miguel do Aleixo, dos 3.447 habitantes, 76,86% deles têm privação de renda, ou seja, sobrevivem com menos de um dólar por dia. Na renda do chefe de família, o pior município é Santa Luzia do Itanhy onde uma família consegue sobreviver com uma renda mensal de US$ 97,40.
Por Antônio Carlos Garcia
Fonte: Jornal da Cidade